27 setembro 2008

Sem remédio

Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.


E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!

Sinto os passos de dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!

Florbela Espanca

4 comentários:

Inga disse...

Que poema :)
Florzinha de estufa (a)

Kate disse...

Ela escreve tao bem o raio da mulher .

Fatima Raquel disse...

Essa mulher escreve tão, mas tão bem +.+

Fatima Raquel disse...

Eu sei, mas tipo, nao sei escolher. Aquilo dá para ai 10 musicas com o titulo "total eclipse of the heart", e nao posos escolher, simplesmente da -.-