08 agosto 2009

Vou contar-vos uma história que não me sai da memória, foi para mim uma vitória nesta era espacial. Noutro dia estremeci quando abri a porta e vi um grandessíssimo ovni pousado no meu quintal. Fui logo bater à porta, veio uma figura torta, eu disse: se não se importa poderia ir-se embora, tenho esta roupa a secar e ainda se vai sujar se essa coisa aí ficar a deitar fumo para fora. E o senhor extraterrestre viu-se um pouco atrapalhado, quis falar mas disse pi, estava mal sintonizado. Mexeu lá o botãozinho e pôde contar-me então que tinha sido multado por o terem apanhado sem carta de condução.
O senhor desculpe lá, não quero passar por má, pois você onde está não me adianta nem me atrasa. O pior é que a vizinha que parece que adivinha quando vir que estou sozinha com um estranho em minha casa. Mas já que está aí de pé venha tomar um café, faz-me pena, pois você nem tem cara de ser mau e eu queria saber também se na terra donde vem não conhece lá ninguém que me arranje bacalhau.
E o senhor extraterrestre viu-se um pouco atrapalhado, quis falar mas disse pi, estava mal sintonizado. Mexeu lá no botãozinho, disse para me pôr a pau, pois na terra donde vinha nem há cheiro de sardinha quanto mais de bacalhau.
Conte agora novidades: É casado? Tem saudades? Já tem filhos? De que idades? Só um? A quem é que sai? Tem retratos com certeza, mostre lá? Ai que riqueza, não é mesmo uma beleza, tão verdinho? Sai ao pai.
Já está de chaves na mão? Vai voltar para o avião? Espere, que já ali estão umas sandes para viagem e vista também aquela camisinha de flanela para quando abrir a janela não se constipar com a aragem.
E o senhor extraterrestre viu-se um pouco atrapalhado, quis falar mas disse pi, estava mal sintonizado. Mexeu lá no botãozinho e pôde-me então dizer que quer que eu vá visitá-lo, que acha graça quando eu falo ou ao menos para escrever.
E o senhor extraterrestre viu-se um pouco atrapalhado, quis falar mas disse pi, estava mal sintonizado. Mexeu lá no botãozinho só para dizer: Deus lhe pague.
Eu dei-lhe um copo de vinho e lá foi no seu caminho que era um pouco em ziguezague.

4 comentários:

Inês Sousa disse...

que história tão intrigante!
quero conhecer a figura torata também e perguntar-lhe se arranja umas francesinhas lá da tarrinha dele que devem ter um sabor exótico.

b disse...

férias no mindelo, não são ferias!digo eu..

bem, depois de ler isto fiquei.. eu sei lá xD

Carina Fernandes disse...

eu não te vejo desde o marés!!!!

R. disse...

Foste tu que escreveste put? o: